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By Ferramentas Blog

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ecologia pessoal, social e ambiental

Ecologia é uma questão atual, disso não resta dúvida. Quando começou a ganhar o domínio popular até pareceu modismo, mas agora seja modismo ou não a tal de ecologia veio pra ficar... Mas o que é ecologia? Se aplica a quê e pra quêm?
Ecologia vem do grego, é a união de duas palavras que significam “estudo da casa”. Como a evolução é lei universal e se faz presente em todas as coisas, não foi diferente com a dona ecologia. Em princípio lutamos pelas baleias, pela fauna e flora silvestre e talvez esquecemos um pouco do nosso meio, das nossas relações e de nós mesmos como parte integrante do universo vivo em que estamos inseridos. Afinal, vida ainda é a coisa mais abundante da terra, pra todo lado vê-se algo vivo e atuante na grande teia da vida, seja uma bactéria, as plantas, enfim... Mostra-se presente em quase tudo. Mas aquela ecologia do início do movimento estava distante demais dos anseios humanos, como posso lutar por algo distante se em meu universo intímo estou desorganizado, minha rede social onde vivo está de pernas pro ar... É algo incompatível! Aí veio a evolução no entendimento do tema e atualmente tem-se ouvido sobre a ecologia integral, a ecologia que estuda a casa não vê o homem como à parte da vida do planeta, mas parte que integra dinamicamente a grande teia da vida, logo o homem também é uma casa que deve ser conhecida, estudada para a partir daí poder explorar e conhecer o externo. A sociedade na qual o homem está inserido também é importante, nossos relacionamentos, nossa forma de interagir com a comunidade (comunidade=comum) em que vive é fundamental no bem estar do indivíduo e dos indivíduos que de alguma forma depende da sua existência para viver. Finalmente compreendido, ou melhor, expandido este conceito para o homem com a sua própria casa (corpo e mente), para a comunidade na qual está inserido, pode-se pensar no ambiente físico, a casa, a rua, animais e vegetais do local onde se mora. Ainda é muito recente, mas não tenho dúvida que esta visão holística ganhará cada vez mais simpatizantes, hoje percebo um movimento em resgatar o todo ao invés de observar as partes isoladas. Talvez os alquimistas do passado dividiram-se em químicos, biólogos, físicos, psicólogos e tantas outras profissões. Hoje existe um movimento contrário e quiçá um dia não teremos mais estas profissões isoladas, mas sim um neoalquimista que consiga andar por todas estas áreas e assim integrá-las de forma mais harmônica ao invés de apenas estudar as partes isoladas e tentar encaixar de forma independente esses pedaços. Em princípio a impressão que tive da ecologia integral foi algo místico ou psicológico, porém depois percebi que este pensamento era proveniente de uma visão contaminada pelo especialismo atual. Se ecologia é o estudo da casa, nada mais lógico iniciar este estudo pelo “eu”, pela mente, local de onde sai todas as atitudes que destruirão ou trarão vida, depois por minha “network” e “netfriends” que fazemos parte e finalmente chegar no ambiente.
Talvez o grande Portinari teve uma inspiração profética ao pintar na igreja de Francisco de Assim na Pampulha Francisco e um vira lata, fazendo uma releitura do clássico encontro do velho Chico junto do lobo de Júbio na Itália no século XII. Francisco é personificação do movimento ecológico, não pensemos no santo católico mas sim na figura forte que busca o caminho de casa ao optar pela vida em comunhão com a natureza. Nesta bela obra do arquiteto brasileiro Nyemayer e Portinari, em que o pop star ecológico aparece ao lado do nosso bom e velho vira lata, ocorreu algo que ilustra bem a visão da antiga ecologia, uma ecologia romântica e utópica divergindo da nova, a ecologia real e do nosso dia a dia. Pois segundo uma das versões para a demora da sagração do tal templo, deveu-se o fato de colocar o grande Chico ao lado de um simples vira-lata, o bispo da época achou uma afronta, esta cerimônia ocorreu apenas 14 anos com outro bispo...
Pensando bem... Ecologia integral não é coisa nova não... Já tem gente vivendo e fazendo propaganda desde o século XII no mínimo... Olha o garoto propaganda italiano... Aquele pintado por Portinari na igrejinha da lagoa da Pampulha em Belo Horizonte, um tal de Chico...
Paz e bem!!!