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By Ferramentas Blog

domingo, 28 de agosto de 2011

Ser diferente é normal!

Certa vez vi duas crianças na rua que me fizeram viajar pelo tema “diferença”. Admito que elas ainda vivem em meu imaginário e por aqui constroem edificações... A estória foi o seguinte: ao caminhar numa rua central da cidade, ao cair da noite em frente a um supermercado, havia uma mãe sentada á porta deste estabelecimento com uma criança pedindo esmola, ambos com roupas gastas e já suados pois imagino que estavam neste local a algumas horas. Horário de muito movimento de pessoas e carros, talvez ninguém tenha se atentado para eles ali a pedir alguma coisa. Criança é criança, por mais complicado que seja o contexto em que está inserida, ela não perde a capacidade de ater-se ao que lhe interessa, ao mundo da imaginação, ao lúdico, a brincadeira. Em meio a multidão que transitava por este espaço, passou uma mulher, creio que seja a mãe de mãos dadas à criança na mesma faixa etária do menino sentado a pedir algo aos que passavam. Era visível a diferença econômica naquele momento de ambas mulheres e crianças, os que passavam estavam socialmente mais apresentáveis frente aos que estavam a pedir. O que os unia até o momento eram ambas mulheres (possivelmente mães) juntos de suas crianças que aparentemente tinham a mesma idade.
Como as crianças estavam no chão e existe um limite físico que as obrigam a viverem em uma dimensão diferente dos adultos, pois ao contrário da maioria dos adultos com seus "metro e setenta", elas tem vêem o mundo de bem mais baixo, talvez isso as permita viverem neste mundo mágico, pois suas cabeças estão “fora da zona de vibração tensa” em que vive a cabeça dos adultos... Ambas se olharam e logo começaram a interagir, não houve pergunta sobre o nome, ou julgamento pela forma que se apresentavam, aparentemente uma viu na outra o que importava, a “máscara social” não tinha importância. Logo ambas mulheres seguraram e arrastaram seus filhos para próximo de si e ambas crianças se distanciaram em meio a multidão, uma olhando a outra...
Tudo isso não passou de poucos segundos, quem sabe um minuto... Mas não tive como deixar de observar como nascemos acostumados com o diferente e gostamos de nos relacionar com o diferente, acredito que culturalmente vamos desaprendendo esta nobre verdade e desapegando desta essência e cria-se as castas, sábias palavras escritas no livro daquele pequeno príncipe vindo de um planetinha distante... “O essencial é invisível ao olhos”.
Arrisco a pensar na sombra proposta por Jung, trazemos um pouco do "todo" em nós, cada vez que tentamos negar este "todo", o suprimimos no outro aquilo que negamos em nós mesmos, isso torna-se sombra que nos acompanhará dia e noite, se manifestará constantemente... Se algo nos provoca até permitirmos dispensar energia para destruir, é por quê aquilo também mora em mim e não aceito esta realidade.
Se observarmos os jardins construídos nas praças e em nossas casa vemos a simetria, padronização, gasta-se muitas vezes água, fertilizantes e defensivos afim de dar vida às plantas. Ao observarmos ás matas, especialmente aquelas preservadas vemos o diferente convivendo lado a lado em perfeito equilíbrio... Talvez se observássemos mais, praticássemos mais vezes a ação pela não ação, viveríamos melhores em harmonia, sabendo que todos somos um nesta grande Gaia.
Concluo com as sábias palavras escritas por Roberto e Erasmo em “Pensamentos”: “Se as cores se misturam pelos campos, é que flores diferentes vivem juntas, e a voz dos ventos na canção de Deus responde todas as perguntas”.