tag:blogger.com,1999:blog-76268921200661204402024-03-14T04:15:31.758-07:00Leandro PereiraNenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida.
(Frases e Pensamentos de CARL GUSTAV JUNG)Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.comBlogger25125tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-48773800955951092162015-01-26T05:18:00.002-08:002015-01-26T05:18:22.734-08:00Sigo a luzFototropismo é o fenômeno que ocorre com as plantas afim de buscarem luz, um exemplo, se privarmos uma planta de luz, ela aumentará seu crescimento ou curvará o que for possível, mesmo que prejudique seu desenvolvimento afim de ter a luz necessária para seu crescimento, pois a ausência inevitávelmente acarretará na morte do vegetal. Não consigo separar o ser humano dos demais seres vivos que habitam Gaia, o mesmo ocorre para as decisões tomadas pelas mais diversas formas de vida, não consigo separar vida emocional ou psiquíca dos fênomenos físicos químicos para a manutenção da vida, seja onde for.
No mistério me abandono e me deixo envolver, permito que meu sábio interior nortei-me pelos caminhos que devo percorrer. Será que a planta sabe da forma racional que desenvolvemos e aprendemos/ensinamos a pensar sobre a fotossíntese? Especulo que não... Ela apenas se entrega à sua sabedoria interior e neste "abandono" torna-se envolvida, amparada por suas leis de preservação mais profunda.
O mistério nos ensina mesmo sem nos responder, a falta de conhecimento gera conhecimento a partir do experiênciar do novo, mesmo que este desbravar o mistério seja como um derramar de sofrimento sobre mim. Gosto muito da colocação que na semente silenciosa o fruto espera pra nascer, é a forma mais concreta e compreensível que entendo para externar o que tento humildemente expor neste texto.
Observar a vida como um fenômeno maior em que todos comungamos das mesmas leis, muito mais que algo separado do todo, nos torna mais sábios para entendermos os ciclos que experiênciamos. Portanto, sigo a luz... Mesmo que esta luz seja um mistério... Mas sigo a luz...
Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-57277459717235070182015-01-26T03:35:00.002-08:002015-01-26T03:35:39.191-08:00Capitalismo e a crise ambientalAcusar o capitalismo de responsável pela cisão entre sociedade e natureza é o mesmo que acusar o automóvel de vilão em decorrência da má utilização por alguns motoristas. Tanto o capitalismo (ou outro sistema econômico) como o automóvel não são bons ou ruins, são necessários! O que os torna bons ou maus é a forma que nós utilizamos. No nordeste do Brasil existe o Parque Nacional da Serra da Capivara, estrutura de primeiro mundo no sertão, lugar rico em que existem diversos registros do homem pré histórico na América do Sul, afim de facilitar a entrada do dinheiro e dos turistas foi iniciado a quase dez anos a construção de um aeroporto, graças a nossa espetácular má vontade política e falta de seriedade com o que é público as obras estão paradas e o parque em vias de fechar.Vemos que o capitalismo, a injeção de dinheiro no Parque Nacional da Serra da Capivara através do turismo seria excelente para manutenção do parque e para melhoria da qualidade de vida da comunidade em seu entorno. Porém quando utilizamos a economia para gerar escravidão, exploração e desigualdade ela torna-se ruim. Mais responsável que o capitalismo, a ciência quando abriu mão do holismo para segmentação, deixando de ver a terra como um corpo vivo, mas como um grande relógio com suas partes segmentadas, possíveis de serem exploradas e substituídas a qualquer momento, fez agravar a situação de ruptura entre nós é o meio ambiente. Toda mazela causada pelo homem nasce primeiro em sua mente, recentemente o movimento chamado de ecologia integral ou três ecologias separa didaticamente o “estudo da casa”.<br /><br />Primeira ecologia:<br /><br />A relação com nosso corpo e mente;<br /><br />Segunda ecologia:<br /><br />A relação social, ou a teia social construída pelo indivíduo;<br /><br />Terceira ecologia:<br /><br />Sua relação com o meio ambiente e todas as formas orgânicas ou inorgânicas em que está inserido em seu espaço.<br /><br />Entendo que através deste roteiro, entraremos mais afundo na questão ecologia e só assim conseguiremos fazer mudanças importantes na nossa postura frente ao tema.Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-31530638531495751302012-02-21T16:30:00.001-08:002012-02-21T16:31:59.726-08:00Pinheirinho: a velha luta de classes* Fico muito feliz em postar um texto de meu bom amigo Diego Dobri, que seja o primeiro de muitos desta parceria! Leandro<br /><br />Há algumas semanas atrás, podemos ver toda espécie de dor humana, configurada por abusos aos direitos humanos de pobres cidadãos, que carregam consigo a dor de milhares de brasileiros, a dor de pessoas que tiveram suas esperanças nas mudanças sociais que nosso país vem sofrendo como sendo apenas histórias de conto de fadas. Pessoas que apenas pela cor da sua pele e pela sua classe social que foge aos moldes burgueses foram sub-julgados e humilhados pelo próprio Estado que deveria ajudar-lhes na ascensão social e não jogá-los a própria sorte e a todo tipo de miséria e sofrimento.<br />Pessoas que com certeza sofrem a dor mais desumana que um ser humano pode vir a sofrer, a dor da própria existência. Ter de conviver todos os dias com sua perda e pagar o preço não por ter errado, mas sim o preço de todos nós termos errados, carregar consigo a dor de não ter onde morar, a dor de não ser forte o suficiente e a dor de não achar-se como pessoa, mas sim como algo que é jogado, (“despejado” seria o termo correto) a própria sorte. Esses cidadãos não tiveram direitos constitucionais assegurados, como o direito basilar a moradia, pelo contrário tiveram seus imóveis que com tanto custo construíram demolidos, junto com seus pertences que foram conseguidos ao longo de toda uma vida de humilhação e trabalho quase escravo. <br /> As humilhações que tais cidadãos vem sofrendo não é de hoje, mas que remonta desde o começo de sua existência, pelos seus pais encarando jornadas de trabalho insalubres para poderem garantir ao menos o alimento em suas casas, a grande maioria começou a trabalhar muito antes dos seu 14 anos e escola? Bem a escola não foi o que muitos procuraram, mas sim alguma maneira de poder sobreviver com seus irmãos, parentes e afins. O que tento dizer é que ali coexistiam famílias simples, que tiveram desde cedo os seus direitos legais negados e que mesmo com todas as adversidades possíveis, não se revoltaram com Estado, pelo contrário trabalharam, lutaram, batalharam, conseguiram reunir seus entes e construir suas moradias, um lugar que ao menos pelo que pensavam era deles, alguns já estavam ali a mais de dez anos outros há oito anos, enfim.<br />O que de fato todos queriam era poder prosseguir com suas vidas, com seus filhos, com seus sonhos.<br />O grande problema nessa história que poderia ser de crescimento, cultural e econômico, pasmem foi o Estado, precisamente o Estado de São Paulo e seu Judiciário, Judiciário que é palco de algumas decisões que geram risadas entre amigos, Judiciário que consegui condenar um morador de rua a prisão domiciliar. Judiciário que também condenou milhares de famílias no Pinheirinho a todo tipo de infortúnio, que não fez um juízo de valores sobre o que seria mais importante no dito caso concreto, o direito de milhares de famílias a moradia, ou conceder a reintegração de posse a quem não faria falta alguma, um judiciário que não deu importância ao drama humano, que não levou em conta a Constituição Federal e seus direitos sociais.<br />Além de um governo altamente protecionista aos especuladores, Geraldo Alckmin não fez nada, não se posicionou a favor da população mas sim de um homem, a favor de Naji Nahas. O que ficou evidente em tal caso é a indiferença dos desembargadores e do governador do Estado de São Paulo frente a sua população que foi mais uma vez oprimida e levada ao carrasco, sem ter feito nada além de lutar pela sua existência, pela fé em si mesmos e nas pessoas.<br />Pensamentos diferentes tiveram os seus líderes, que em vez de ajudá-los fizeram o contrário, o Estado conseguiu trazê-los a uma situação pior do que a que se encontravam, se antes a vida já era difícil agora ela tem um peso impossível de ser carregado, o que se viu em tal desocupação, foram idosos, jovens e crianças sendo expulsos de seus lares a bala, por força policial. A polícia não veio com rosas, mas sim com seu aparato burocrático de repressão e como bem ilustrado pelo cartunista dos quadrinhos da Mafalda, “veio com sua borracha de apagar ideologias”, ou seja, o cassetete.<br /><br />O pensamento que fica é que nós regredimos em nossos direitos em vez de promover o bem do indivíduo, promoveu-se os bens de um indivíduo em detrimento de milhares. A democracia não tem de estar apenas na Constituição, mas sim na cabeça e na mente de seus cidadãos, uma sociedade justa e livre, só será feita com cultura e debates, com flores ao invés de armas.<br /><br />Diego de Oliveira Dobri<br />diegodobri@hotmail.comLeandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-25675957705622423872012-02-11T16:30:00.000-08:002012-02-11T16:31:05.531-08:00DecisãoO aprender é um fenômeno constante e muitas vezes inconsciente. Nascemos e necessariamente precisamos de alguém que nos cuide, ao contrário de muitos animais que desde os primórdios de sua existência já são independentes, nós demoramos um bom tempo para dispensarmos a atenção de outro ou outros e arriscarmos a dar nossos próprios passos sozinhos. <br />Até mesmo no aspecto biológico especialmente no que se refere à formação neurológica e também psicológica, este é o período de maior aprendizagem do ser humano. Quando temos a sorte de ser inseridos num meio de pessoas que tenham noção de suas limitações e incentive nossa capacidade de acreditar em nós mesmos além de favorecer a tornarmos independentes, já estaremos aprendendo da forma mais adequada e mais fácil será corrigir rotas no futuro... Mas nem sempre somos inseridos neste meio “equilibrado” e absorvemos como nosso as mazelas do meio social em que surgimos. <br />Por muito tempo (algumas vezes por uma vida toda) podemos reproduzir verdades aprendidas neste primeiro contexto social vivido sem termos capacidade de reconhecer como algo descontextualizado, não agimos, apenas reagimos e cada vez que reafirmamos esta estória vivida nos primórdios de nossa existência, mais reforçamos a crença criada a partir disso. A história se reedita, pode-se até mudar os personagens, mas o enredo sempre será o mesmo.<br />Num primeiro nível este fenômeno é familiar, porém podemos estender às comunidades, até mesmo nações, criando corpos coletivos, com direito a personalidade própria. Pensemos em determinadas nações, algumas “arrogantes” outras “educadas”, umas “violentas” outras “pacifistas”... E por aí vai... Existem as cidades planejadas, que tem pessoas que pensaram e continuam pensando em sua existência, como torná-las arrojadas. Existem também as cidades desorganizadas, crescendo desordenadamente, refletindo a desorganização daquele corpo coletivo que forma a cidade.<br />Embora o aprender seja contínuo, inconsciente e gerará invariavelmente padrões de comportamento, este fenômeno sempre ocorrerá a partir de uma decisão, a decisão pode também ser inconsciente, mas sempre existirá a decisão. Não é questão de escolha certa ou errada, mas das opções disponíveis em determinado momento, dentro desta perspectiva aquilo que é a decisão correta frente á situação, pode deixar de ser sobre outra condição, aí cabe decidir novamente, ter ciência da dinâmica das coisas e resignificar nossas decisões passadas. <br />Para aqueles que vemos em estágios primitivos, incapazes de fazer esta dinâmica do relativizar, reavaliar, resignificar, cabe-nos ajudar sem impor, estender a mão ou o ombro afim de que tenham força para caminhar, mas jamais poderemos (mesmo que queiramos ) fazer o caminho do outro pelo outro, o caminho se faz caminhando, o crescimento é um processo individual e solitário, as decisões são de cunho íntimo... Mas se precisar de um amigo, coloquemos a disposição. Para nós, que saibamos resignificar os significados passados já sem sentido ou distorcidos da realidade. Para aquilo que ainda não vemos, que estejamos abertos á identificar e mudar a história quando possível e necessário.Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-92155436509207310952012-01-31T14:47:00.000-08:002012-01-31T14:48:32.379-08:00Paisagem mentalAssisti recentemente a uma entrevista com o Lama Padma Samten onde ele enfatizou sobre o que é e como age a paisagem mental. Realidade mais sutil que dará sentido e significado à nossa volta. O que experienciamos com nossos olhos, ouvidos, paladar, tato, olfato e sentimetos, necessariamente busca no mundo interno referência, ou seja, o mundo exterior será reflexo a paisagem mental que carregamos em nosso mundo interno. Independente de saber ou não sobre a existência desta realidade mais sutil que carregamos, ela continuará a existir e ditar nossa postura frente ao nosso entorno, tomar consciência da paisagem mental é um grande avanço para mudança da nossa forma de se relacionar com o mundo, pois não iremos mais tentar mudar o leito do rio, mas trabalharemos na fonte, na nascente. A mudança se dará de dentro para fora, e assim será efetivamente realizada, o contrário, a mudança de fora para dentro, até poderá fazer alguma mudança na gênese, mas será muito mais difícil. O mundo externo é reflexo daquilo que carregamos, mude a paisagem, o mundo entorno também mudará!Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-50366304237926528552011-12-31T09:07:00.000-08:002011-12-31T09:08:50.294-08:00Cada ponto de vista, a vista de um ponto!Algum tempo atrás tive a oportunidade de assistir e interagir com algo que gerou e gera desdobramentos sobre o que vemos e aquilo que os seres á nossa volta vêem em nós. Certo dia andando em um corredor largo e comprido, iluminado por janelas amplas envidraçadas com vidros transparentes que davam para grandes e velhas árvores plantadas no jardim, visualizei uma pequnena ave desesperada a tentar "furar" o vidro para ganhar a liberdade, de alguma forma ela adentrou este corredor pelas janelas abertas, ao perceber estar encarcerada neste lugar exótico para ela (um corredor), tentou sair por onde provinha a luz e mostrava seu ambiente natural logo perto, ou seja, a janela. Ela insistia num único ponto de vidro, e quanto mais lutava para desfazer aquela barreira assombrosa que a detia a tão poucos centímetros da liberdade, mais desesperada e mais energia gastava batendo as assas. Fico a imaginar sua percepção daquilo que a limitava, talvez pensasse ser fruto de algum sortilégio este mistério que a barrava caso usasse do raciocínio dos humanos, mas certamente este não era o caso. Sendo alta estas janelas, não conseguia alcançar a avezinha com meus braços, procurei algo grande o suficiente na tentativa de ajudá-la a sair, eu sabia que ela estava iludida pelo que via, do ângulo que a encontrava não permitia visualizar outras possibilidades como eu visializava olhando de mais distante. Ao conseguir algo que a fizesse sair daquela relativa inércia em determinado ponto, deparei-me com a limitação que também tinha, a dificuldade de orientar aquele animalzinho com as ferramentas que eu tinha em mãos, tinha a solução, sabia o que fazer para que aquela criaturinha encontrasse a liberdade, porém a forma de comunicar-me e conduzir a tão pequenina ave era limitado. Depois de várias tentativas e ter feito o bichinho sair daquele padrão de comportamento que o fazia agir da mesma forma para resolver seu problema, a pequena ave encontrou seu caminho e ganhou os céus...<br />No seu ponto de vista a ave não era capaz de ver além, já em meu ponto de vista eu tinha a solução para seu problema, algo tão complexo e até então sem solução para ela, já pra mim algo absurdamente simples, porém ao tentar ajudar ví-me também limitado, pois não dependia exclusivamente de mim, pelo contrário, eu poderia orientar, mas a ação de encontrar a saída era da avezinha. <br />Creio que nós humanos e os demais seres que dividem conosco nossa Gaia, estão em níveis de evolução distintos, logo, aquilo que nos limita, é algo extremanete simples para alguns que nos observam, serenizar a mente e o ser, sintonizar estes seres pode ser a forma mais razoável para transcender as limitações ainda misteriosas para nós, porém extremanete simples para aqueles mais evoluídos que nos assistem, e ser estes olhos para aqueles que precisam de apoio pra transcender sua temporária limitação também faz parte desta grande evolução coletiva que vivemos, todos os seres formando um único corpo coletivo, criando o karma ou Dharma, gerando o grande inconsciente coletivo que nos rodeia o tempo todo, com soluções e problemas acessíveis a todos que estejam sintonizados a este. Sintonizados á algo todos estamos, basta escolher que sintonia almejamos, seja para a solução ou para ou não. Paz e Bem!Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-30534785985639447632011-11-27T15:18:00.000-08:002011-11-27T16:07:24.919-08:00TranscenderMe permita a conduzi-lo ou conduzi-la por aquilo que acredito que trazemos em essência, porém essa essência passa boa parte do tempo em nós dormente. Você já teve a oportunidade de estar em alguma cerimônia fúnebre onde visivelmente tabus e barreiras eram derrubadas por algumas pessoas que se declaravam ao amigo ou amiga que partiu? Ou você já viu em alguma rede social declarações apaixonadas a esta pessoa ausente? Eu já vivenciei as duas situações, e pude ver que a partir do movimento de uma força descomunal, no caso a falta física de alguém, emergiu-se o que chamo de essência da vida, algo além dos tabus e convenções sociais e naturais, algo que transcende qualquer lógica cartesiana. Creio que não erraria se associasse este movimento ao de uma placa tectônica, grande energia é utilizada, porém seus efeitos são profundos e controem nova ordem física às coisas, algumas vezes crava-se feridas profundas que destas brotam lava quente que a tudo destroe afim de reestruturar totalmente a vida na crosta terrestre. Assim como em alguns casos esta lava quente reestrutura plenamente a superfície, dependendo da intensidade das experiências que vivenciamos, somos lavados por algo parecido a magma, nossa superfície é totalmente modificada a partir de algo que vem de dentro. Me pergunto, será necessário crescermos apenas com as dores, rupturas da vida? Como viver em conexão, comunhão com este estado de plenitude transcendente? Você já identificou este estado e viveu algo parecido? Espero que sim... E que tenha se tornado mais bonitooue bonita a partir desta experiência... Nemastê!Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-77121316627899321582011-09-27T19:22:00.000-07:002011-09-27T19:25:41.680-07:00Silenciar os sentidosDiariamente deparamo-nos com os mais variados estímulos, cores, sons, cheiros, sabores e por aí vai... A televisão e a internet são grandes máquinas feitas para provocar os sentidos visuais e sonoros e a partir deles criarmos as mais variadas sensações, emoções ou até ações... Curioso que alguns chamam a TV de babá eletrônica, ou seja, desde a infância somos condicionados a termos nossos sentidos hipnotizados por ela.<br /><br />Será que nessa vida condicionada ao midiático, ao televisivo, sabemos conviver conosco mesmo? Creio que boa parte das pessoas não sabem... Fato é que algumas pessoas afirmam não saberem ficar só, precisam sempre ter alguém que as entretenha ou apenas as escute, pois precisam falar muito, as vezes nem sabem ouvir. No livro de Bel Cesar, (O livro das emoções), ela afirma que quando não sabemos nos acolher em nossas dificuldades, tendemos buscar este amparo nos outros, ou seja, vamos lamentar de nossa miséria na cabeça daqueles que temos acesso com a intenção de buscar esta compaixão que em princípio deveríamos ter de nós mesmos caso fossemos educados para a arte de nos conhecer, nos ouvir.<br /><br />Conhecer-se para acolher-se demanda silêncio aos estímulos externos, dizer as fontes externas que elas são importantes, mas não podem dominar o espaço interno, pois aí está a essência do ser em si, a bussola interna que norteia os caminhos a seguir...<br /><br />“No silêncio uma catedral, um templo em mim, onde eu possa ser imortal”. Ao romper com a escravidão das demandas externas, o silêncio que em princípio era incomodo, este mostra-se toda sua sacralidade, fonte de paz e tranquilidade onde brota todas as respostas assim como uma fonte de água limpa brota entre pedras no alto de uma montanha. Ao longo da história, místicos se destacaram como avatares pela capacidade de entrar em comunhão consigo mesmo através do silêncio e depois voltar ao mundo dos ruídos e externar tais experiências.<br /><br />Em cada ser através do silêncio, um santuário, um lugar revestido de sacralidade, onde se prova da eternidade. Este lugar existe sim... E resiste por mais que os ventos façam barulho em torno deste templo fora do tempo...Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-56748799042673736252011-08-28T16:51:00.000-07:002018-07-29T18:55:10.936-07:00Ser diferente é normal!Certa vez vi duas crianças na rua que me fizeram viajar pelo tema “diferença”. Admito que elas ainda vivem em meu imaginário e por aqui constroem edificações... A estória foi o seguinte: ao caminhar numa rua central da cidade, ao cair da noite em frente a um supermercado, havia uma mãe sentada á porta deste estabelecimento com uma criança pedindo esmola, ambos com roupas gastas e já suados pois imagino que estavam neste local a algumas horas. Horário de muito movimento de pessoas e carros, talvez ninguém tenha se atentado para eles ali a pedir alguma coisa. Criança é criança, por mais complicado que seja o contexto em que está inserida, ela não perde a capacidade de ater-se ao que lhe interessa, ao mundo da imaginação, ao lúdico, a brincadeira. Em meio a multidão que transitava por este espaço, passou uma mulher, creio que seja a mãe de mãos dadas à criança na mesma faixa etária do menino sentado a pedir algo aos que passavam. Era visível a diferença econômica naquele momento de ambas mulheres e crianças, os que passavam estavam socialmente mais apresentáveis frente aos que estavam a pedir. O que os unia até o momento eram ambas mulheres (possivelmente mães) juntos de suas crianças que aparentemente tinham a mesma idade.
<br />Como as crianças estavam no chão e existe um limite físico que as obrigam a viverem em uma dimensão diferente dos adultos, pois ao contrário da maioria dos adultos com seus "metro e setenta", elas tem vêem o mundo de bem mais baixo, talvez isso as permita viverem neste mundo mágico, pois suas cabeças estão “fora da zona de vibração tensa” em que vive a cabeça dos adultos... Ambas se olharam e logo começaram a interagir, não houve pergunta sobre o nome, ou julgamento pela forma que se apresentavam, aparentemente uma viu na outra o que importava, a “máscara social” não tinha importância. Logo ambas mulheres seguraram e arrastaram seus filhos para próximo de si e ambas crianças se distanciaram em meio a multidão, uma olhando a outra...
<br />Tudo isso não passou de poucos segundos, quem sabe um minuto... Mas não tive como deixar de observar como nascemos acostumados com o diferente e gostamos de nos relacionar com o diferente, acredito que culturalmente vamos desaprendendo esta nobre verdade e desapegando desta essência e cria-se as castas, sábias palavras escritas no livro daquele pequeno príncipe vindo de um planetinha distante... “O essencial é invisível ao olhos”.
<br />Arrisco a pensar na sombra proposta por Jung, trazemos um pouco do "todo" em nós, cada vez que tentamos negar este "todo", o suprimimos no outro aquilo que negamos em nós mesmos, isso torna-se sombra que nos acompanhará dia e noite, se manifestará constantemente... Se algo nos provoca até permitirmos dispensar energia para destruir, é por quê aquilo também mora em mim e não aceito esta realidade.
<br />Se observarmos os jardins construídos nas praças e em nossas casa vemos a simetria, padronização, gasta-se muitas vezes água, fertilizantes e defensivos afim de dar vida às plantas. Ao observarmos ás matas, especialmente aquelas preservadas vemos o diferente convivendo lado a lado em perfeito equilíbrio... Talvez se observássemos mais, praticássemos mais vezes a ação pela não ação, viveríamos melhores em harmonia, sabendo que todos somos um nesta grande Gaia.
<br />Concluo com as sábias palavras escritas por Roberto e Erasmo em “Pensamentos”: “Se as cores se misturam pelos campos, é que flores diferentes vivem juntas, e a voz dos ventos na canção de Deus responde todas as perguntas”.Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-87865096902525335702011-07-31T13:15:00.000-07:002011-07-31T13:16:31.248-07:00Transição dos filhos de GaiaEstamos em um acelerado processo de evolução, não necessariamente ou estritamente biológico, mas de consciência. Em poucas décadas deparamos com diversas personalidades como Frijof Capra, Nise da Silveira, com várias teorias como os campos mórficos, a ideia de Gaia, o inconsciente coletivo. Como grande apoio a esta mudança de era, surge a popularização digital, hoje muitos filhos de Gaia, ou seja, Nós, somos cidadãos do mundo, mesmo com pouco dinheiro e sem sair de casa, relacionamos-nos com pessoas dos quatro cantos do mundo (se é que um globo possuí canto!). Vou usar a saga de nosso Herói “Ariel”, o Leão de Deus (isso é o que significa este nome) para exemplificar minhas conclusões da atualidade.<br />Esta não é uma história isolada, pois tive em minha casa o cãozinho Tistu que também viveu uma história parecida com a do Leão Ariel, também partindo aos três anos de idade. Portanto “Ariel” ao meu ver é um ícone ou um arquétipo da existência do sofrimento animal, da existência do amor entre espécies distintas (homem, cão, leão, etc...) e da certeza para grande maioria das pessoas que a vida é muito mais que supomos e é uma hipocrisia teocêntrica reservar “o céu” apenas à espécie humana. Desde criança me incomodava com isso, até que sozinho cheguei a conclusão que esta história pregada pela religião e pelos religiosos era tagarelice de quem não sabe nem quem é si mesmo. Estamos no alvorecer de uma era voltada à ecologia integral, aquela ecologia que torna nossa espécie humana mais critica de si, questionando-se, reconstruindo-se, conhecendo sua casa como um todo, sua alma, sua espécie e a comunhão com os demais seres que dividem o planeta terra. Não é por acaso que as estruturas que concentravam o poder estão ruindo, movimentos das mais diversas naturezas estão pleiteando seu espaço, minorias estão tendo coragem em se auto afirmar. Vejo neste movimento uma catarse necessária para que o que estava escondido apareça, o que não era público, torne conhecido. Comentários postados logo após a passagem de Ariel para planos mais sutis, postados nas redes sociais deixam claro que muitas pessoas reconhecem a evolução como lei universal de todas as espécies, veja parte de uma matéria retirada do UOL: “Entre expressões como “gatão”, “lindão”, “guerreiro”, “embaixador na união mundial” e outro termo, Ariel também tem destino certo, na opinião dos internautas: “Oww lindão, vai brilhar lá com todos os outros anjinhos, vai correr lá no céu dos animais e brincar com seus amiguinhos!!”, seguida de outra mensagem, na mesma linha: “Uma vez ouvi que existe céu dos cachorros....deve existir céu do leões...e ele já deve ter achado o lugarzinho dele e tá pulando, pulando, como ele fazia aqui....”. Para outro usuário, “ele está ao lado de São Francisco”. <br />Talvez o mal embora pareça ter aumentado, ele continua como sempre existiu, porém como estamos mais iluminados, mais nos incomodamos com as misérias AINDA existentes em nosso meio, mas a luz aumenta, cada vez mais vemos e valorizamos a vida e o amor em todas as suas manifestações, mais sabemos que todos somos um e estamos inevitavelmente interligados numa grande teia cósmica amorosa... Portanto, obrigado Arieis, Tistus e tantos outros que mesmo no anonimato nos deram e dão uma grande lição de evolução... Não acredito no céu dos cachorros, dos leões, das pessoas... Acredito no céu dos seres evoluídos, onde todos são plenos pelo amor... Termino com as palavras do mais arrojado ecólogo, ecumenista, defensor da vida... Chico que morava em Assis... PAZ E BEM!!! ;-DLeandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-56078619050812143482011-06-11T19:47:00.000-07:002011-06-11T19:47:41.302-07:00Minha criança interior<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-vlEGSuccBNo/TfQhepHNVEI/AAAAAAAAAUQ/Av_yF1j-SKc/s1600/Pequeno%2Bpr%25C3%25ADncipe.png" imageanchor="1" style="clear:right; float:right; margin-left:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-vlEGSuccBNo/TfQhepHNVEI/AAAAAAAAAUQ/Av_yF1j-SKc/s320/Pequeno%2Bpr%25C3%25ADncipe.png" /></a></div><br />
O essêncial é invisível aos olhos! Não me passa melhor afirmação do que esta tirada do livro Pequeno princípe para iniciar este texto. Pretendo falar da criança interior, aquele ser maravilhoso e pleno que cada criatura carrega em sí, aquele que é todo alegria, transparência e vitalidade... Mas que com o tempo vai sendo sufocada pelas máscaras que usamos e de criança feliz torna-se criança magoada. Quanto mais novos somos, menos condicinamentos temos, ainda não estamos plenamente inseridos no conjunto de códigos criados pelo social, simplesmente existimos. A criança interior e o ser exterior que sou eu nos confundimos. Quanto mais somos inseridos no contexto social, mais aprendemos a arte de jogar para ser parte da sociedade, mais nos separamos dessa essência chamada criança interior, e nisso sempre sentimos a falta de algo, mais procuramos este algo no mundo e mais frustrados vamos ficando... O encontro entre estes dois seres agora separados será fundamental para a realização deste indivíduo. Como diz a frase que iniciei este texto, o essêncial é invisível aos olhos, não existe alguém mais importante que a criança que carrego, a criança que você carrega, ela é única, especial, linda, alegre e é essêncial, porém é invisível aos nossos olhos condicionados ao lógico, ao racional, ao mensurável... Tomar conhecimento deste ser maravilhoso que temos em nós demanda silêncio, seria como estar inserido num furacão, sair das bordas deste furacão e entrar até o seu interior onde reina a calmaria, criar o silêncio em meio ao caos e reconhecer a existência deste ser iluminado. Esta criança na maioria das vezes está machucada, angustiada, triste e solitária por não ser acolhida e reconhecida, mais que isso, amparada. Quando se reconhece esta criança, se aceita como ela é, não a julga nem tão pouco a rotula, ela torna-se viva novamente e entramos em comunhão com nossa essência divina, tomamos do mesmo cálice e resgatamos a arte de ser autênticos, serenos, dóceis... Isso não quer dizer ser passivo e submisso, mas ter a paz e alegria necessárias para fazer o que é preciso sem dúvida ou medo. Acredito que só serei capaz de amar o outro em sua plenitude e em sua verdade a partir do amor que tenho por minha criança interior, talvez por isso que a tradição cristã afirma ser necessário amar ao outro como a sí mesmo... É impossível amar alguém mais que este alguém que carrego... A comunhão resgatada com esta criança maravilhosa será a comunhão com todos os seres do universo, através deste ser divino que carrego amarei a todos os seres plenamente...Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-90625250344392608492011-05-04T16:38:00.000-07:002011-05-04T16:38:08.761-07:00Osama morto Obama Eleito!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFoOIo7w8XrCvz1btmD0jfHE-l2SipJXSqrkdHC4k6CfbN7tlBw5kL0WSDIBRomutGkQuwE79dYlEGxPfBujfuvt1D5Oo6Wcvuf_eYK5MDutR3t6Z0sJFtkKy3AKZidajISncNrhuICmI/s1600/Osama.png" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFoOIo7w8XrCvz1btmD0jfHE-l2SipJXSqrkdHC4k6CfbN7tlBw5kL0WSDIBRomutGkQuwE79dYlEGxPfBujfuvt1D5Oo6Wcvuf_eYK5MDutR3t6Z0sJFtkKy3AKZidajISncNrhuICmI/s320/Osama.png" /></a></div>Será que o Obama anda com essa elegância toda naturalmente? Que sorte teve este fotógrafo ao retratar o atual presidente americano se dirigindo à nação e ao mundo para dar a notícia que o planeta estava mais seguro e as vítimas de Osama estavam vingadas, o click foi dado justamente em frente ao busto de um dos maiores presidentes que a América já viu... Observe a fotografia!<br />
<br />
Grande circo dos horrores, deprimente teatro das aparências e faz de conta que ainda perdura em nossa Gaia. Todo mundo sabe que a forma de portar-se é tudo, pouco importa o conteúdo, e que por trás das grandes figuras, sejam elas pessoas ou instituições, existem diversas empresas que “criam” a imagem que o público quer ver e vai engolir e gostar, o povo (pelo menos aqueles que olham com um pouquinho mais de critica) sabem que nada é bem daquele jeito que foi divulgado, mas mesmo assim se sujeitam a fazer parte do jogo e dar a resposta esperada pela mídia. É lógico que a foto que citei não foi coincidência, a ideia certamente da grande equipe de “marketing” do governo americano é de “vender” a população da América e do mundo a imagem de um homem forte, alguém á altura do lendário Abraham Lincoln. Quanto deve ter custado ao Osama ficar estático, com olhar de paisagem para um horizonte imaginário afim de que o fotógrafo conseguisse o melhor ângulo e a melhor iluminação? O homem e o seu teatro, seu jogo de dominador e dominando... As vezes ser dominado é tão bom, não dá trabalho, não tem que pensar, é só seguir o que é proposto pelos outros, simples assim...<br />
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Como ainda possuímos uma lógica cartesiana, onde o racional prevalece e tudo tem que ter que haver com tudo, as vezes conseguem fazer ligações fantásticas para mostrar que se tem razão. Veja só, um chefe de estado afirmou que o Osama foi morto justamente no dia em que o Papa João Paulo II foi beatificado graças a uma intervenção direta do pontífice, presente dado pelo aspirante a santo para nós pobres e inocentes mortais. Quanta contradição, em nome da paz elegem um exemplo moderno de vida a ser seguido, João Paulo II. Em nome da mesma paz matam Osama como se sua morte resolvesse todos os problemas da América e do mundo referente ao terrorismo. Dois eventos antagônicos, no mesmo dia, com os mesmos objetivos “a paz” e que alguns até mesmo afirmam que não houve coincidência, foi providência, já que o segundo evento (a morte de Osama) foi conseqüência direta da intervenção do protagonista do primeiro evento (João Paulo II) que deu a cabeça de Osama à humanidade aflita com seu único problema, a vida de OSAMA! <br />
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Grandes homens (e mulheres) já passaram por estas terras, Buda, Cristo, Francisco de Assis, Ghandi, Nisse da Silveira, João Paulo II. Quebraram protocolos, não fizeram o que era esperado, deixaram-nos embasbacados mas ainda continuamos a ser “como nossos pais”, e o pior, ainda acreditamos numa divindade mesquinha ao ponto de atribuir a ela o poder de dar e tirar cabeças conforme bem entender. Mas como tudo indica, Osama morto, Obama eleito e assim vamos continuar “com passos de formiga, e sem vontade, não vou dizer que foi ruim, mas também não foi tão bom assim”... Afinal, não tivemos que pensar muito, já pensaram por nós.Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-53430210609907527592011-04-30T12:42:00.003-07:002011-04-30T12:42:49.589-07:00Inquilinos de GaiaO tempo assim como o espaço é relativo, cada ser de acordo com suas características físicas, químicas, biológicas e até mesmo filosóficas tem seu tempo de existência e seu raio de ação, ou seja, seu espaço de atuação.<br />
A vida de uma libélula para um ser humano é efêmera, já que muitas vezes eclode pela manhã e morre ao entardecer, porém para viver aquilo que foi programada é suficiente. Uma sequóia milenar e “quase eterna” para nossos padrões de tempo e de espaço, já que cresce como um grande edifício e vive talvez milênios.<br />
Mas entender essa dinâmica não é tão fácil assim... É necessário silêncio e silêncio é coisa rara, vivemos envolvidos em nossos barulhos: mental, físico e espiritual. Relacionamos-nos com o tempo como se ele fosse o grande inimigo a ser vencido, uma luta constante. Essa energia dispensa barulho, sons, imagens, vibração que são emanadas ao tempo e espaço e ajudam a dificultar ainda mais a comunhão com o silêncio que habilita entrar no tempo do outro. <br />
Esse padrão é comum em nossa mãe Gaia, não sabemos entrar no tempo dessa grande mãe, e exploramos mais e mais seus espaços, suas riquezas, suas entranhas. Até mesmo nossa tecnologia causa barulho, recentemente li que se for colocado um aparelho de celular na lua, este será o sinal “extraterrestre” mais forte, ou seja, mais barulhento do universo, um universo existente a bilhões de anos segundo nossa limitada ciência e capacidade de observação.<br />
Silenciar a boca, silenciar a mente, silenciar o espírito, silenciar nossa tecnologia não no sentido de calar, mas com a ideia de focar mais a energia para sairmos de nosso padrão egóico de vida e entrarmos no tempo do outro. Acho pertinente buscar meios para entender isso e aplicar nas relações que tenho com o meio, e como um inquilino de Gaia, buscar preservar a casa, respeitar a grande mãe, entrar em comunhão com a vida e não ver no outro algo maior nem menor que eu, mas algo a ser respeitado em sua essência...Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-55414820149789568422011-03-27T09:58:00.000-07:002011-03-27T09:58:10.169-07:00Falta X ExcessoViver com restrição é ruim, porém viver com excesso faz o mesmo mal e muitas vezes é mais difícil de identificar suas conseqüências negativas. A falta das coisas é fácil de ser identificada, falta de tempo, falta de alimentação, falta de cultura, falta de tolerância. Porém muitas vezes percebo que a gente vive com bem mais que necessita e gasta uma quantidade de energia valiosa na administração de tudo que carrega sem perceber esse peso todo atrelado a si.<br />
Vamos a um exemplo que vivi. Curto fotografia, música, livros e filmes. Assim que comprei a máquina fotográfica digital comecei a fotografar tudo que achava digno de ser fotografado, além de baixar tudo quanto é música, livros em pdf e copiar uma grande quantidade de filmes em DVD. Detalhe... O hobby era baixar, mas pouco consumia disso tudo... E vivia tentando me organizar para guardar e usar tudo isso. Final da história, fiquei com uma quantidade incrível de dados espalhados sem saber por onde começar afim de buscar algo. O que deveria ter facilitado a minha vida e trazido prazer, acabou virando fonte de ansiedade pois nunca conseguia consumir tudo aquilo e em administrar esse problema. Hoje estou calmamente organizando os arquivos, desfazendo de outros e não mais montando uma biblioteca imensa e inútil.<br />
Ao longo da vida tive a oportunidade de conhecer e observar determinadas pessoas e situações que me mostraram como esta questão (o ter além do necessário) é mais perigosa do que parece. Vamos a exemplos... Tornar-se depósito de lembranças ruins, essas pessoas parecem viver num eterno luto e acham que os que estão em voltam devem também comungar dessa frequência, suas vidas estão paradas nas perdas sentidas ao longo da existência, portanto a carga emocional que carregam é gigantesca, carga desnecessária que não agrega nada além de dor e sofrimento. Outros embora sejam pessoas arrojadas, tornam sua vida numa grande teoria e perde o senso de eu e o senso de realidade. Tanto um quanto outro exemplo mostram pessoas fascinadas pela ilusão, algumas vezes até mesmo alienadas. <br />
Estar sempre no comando de si, absorver apenas o necessário, não permitir-se influenciar-se pela freqüência do outro quando o outro vibra em outros padrões, padrões estes que não temos em nossas diretrizes. Buscar a teoria que se aplique em si e não formatar-se para entrar em uma teoria. Acredito que tudo isso pode nos ajudar a viver de forma integral, mais leve e em paz com nossas 3 ecologias, a ecologia do ser pessoal, ou seja, da mente, a ecologia social, aquela que se estabelece com minha comunidade, ou seja, com aqueles que são comuns a mim, e finalmente refletir na ecologia ambiental, degradando menos, consumindo menos e permitindo que a vida siga seu fluxo normal. Mente sã, corpo saudável, sociedade sã, ambiente saudável.<br />
“Penso que seguir a vida seja simplesmente conhecer a marcha e ir tocando em frente, hoje eu sei que nada sei”.Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-91826903466380104542011-02-25T17:54:00.000-08:002011-02-25T17:59:41.426-08:00Ecologia pessoal, social e ambiental<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmDqpUU6oC6UwAOyzR2RXkhvu4te_UjLhEpV6q6cQvUdkPd53ZwK1d5hVWNqnyRsFqlD-xKqSGfyPNbqIPFwfmyeARDJlzPvlprWuOwSCxuIbCM39dQA9WmNeoF5AKQUCOti5AeZo_IvE/s1600/Pampulha.jpg" imageanchor="1" style="clear:right; float:right; margin-left:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmDqpUU6oC6UwAOyzR2RXkhvu4te_UjLhEpV6q6cQvUdkPd53ZwK1d5hVWNqnyRsFqlD-xKqSGfyPNbqIPFwfmyeARDJlzPvlprWuOwSCxuIbCM39dQA9WmNeoF5AKQUCOti5AeZo_IvE/s320/Pampulha.jpg" /></a></div>Ecologia é uma questão atual, disso não resta dúvida. Quando começou a ganhar o domínio popular até pareceu modismo, mas agora seja modismo ou não a tal de ecologia veio pra ficar... Mas o que é ecologia? Se aplica a quê e pra quêm?<br />
Ecologia vem do grego, é a união de duas palavras que significam “estudo da casa”. Como a evolução é lei universal e se faz presente em todas as coisas, não foi diferente com a dona ecologia. Em princípio lutamos pelas baleias, pela fauna e flora silvestre e talvez esquecemos um pouco do nosso meio, das nossas relações e de nós mesmos como parte integrante do universo vivo em que estamos inseridos. Afinal, vida ainda é a coisa mais abundante da terra, pra todo lado vê-se algo vivo e atuante na grande teia da vida, seja uma bactéria, as plantas, enfim... Mostra-se presente em quase tudo. Mas aquela ecologia do início do movimento estava distante demais dos anseios humanos, como posso lutar por algo distante se em meu universo intímo estou desorganizado, minha rede social onde vivo está de pernas pro ar... É algo incompatível! Aí veio a evolução no entendimento do tema e atualmente tem-se ouvido sobre a ecologia integral, a ecologia que estuda a casa não vê o homem como à parte da vida do planeta, mas parte que integra dinamicamente a grande teia da vida, logo o homem também é uma casa que deve ser conhecida, estudada para a partir daí poder explorar e conhecer o externo. A sociedade na qual o homem está inserido também é importante, nossos relacionamentos, nossa forma de interagir com a comunidade (comunidade=comum) em que vive é fundamental no bem estar do indivíduo e dos indivíduos que de alguma forma depende da sua existência para viver. Finalmente compreendido, ou melhor, expandido este conceito para o homem com a sua própria casa (corpo e mente), para a comunidade na qual está inserido, pode-se pensar no ambiente físico, a casa, a rua, animais e vegetais do local onde se mora. Ainda é muito recente, mas não tenho dúvida que esta visão holística ganhará cada vez mais simpatizantes, hoje percebo um movimento em resgatar o todo ao invés de observar as partes isoladas. Talvez os alquimistas do passado dividiram-se em químicos, biólogos, físicos, psicólogos e tantas outras profissões. Hoje existe um movimento contrário e quiçá um dia não teremos mais estas profissões isoladas, mas sim um neoalquimista que consiga andar por todas estas áreas e assim integrá-las de forma mais harmônica ao invés de apenas estudar as partes isoladas e tentar encaixar de forma independente esses pedaços. Em princípio a impressão que tive da ecologia integral foi algo místico ou psicológico, porém depois percebi que este pensamento era proveniente de uma visão contaminada pelo especialismo atual. Se ecologia é o estudo da casa, nada mais lógico iniciar este estudo pelo “eu”, pela mente, local de onde sai todas as atitudes que destruirão ou trarão vida, depois por minha “network” e “netfriends” que fazemos parte e finalmente chegar no ambiente. <br />
Talvez o grande Portinari teve uma inspiração profética ao pintar na igreja de Francisco de Assim na Pampulha Francisco e um vira lata, fazendo uma releitura do clássico encontro do velho Chico junto do lobo de Júbio na Itália no século XII. Francisco é personificação do movimento ecológico, não pensemos no santo católico mas sim na figura forte que busca o caminho de casa ao optar pela vida em comunhão com a natureza. Nesta bela obra do arquiteto brasileiro Nyemayer e Portinari, em que o pop star ecológico aparece ao lado do nosso bom e velho vira lata, ocorreu algo que ilustra bem a visão da antiga ecologia, uma ecologia romântica e utópica divergindo da nova, a ecologia real e do nosso dia a dia. Pois segundo uma das versões para a demora da sagração do tal templo, deveu-se o fato de colocar o grande Chico ao lado de um simples vira-lata, o bispo da época achou uma afronta, esta cerimônia ocorreu apenas 14 anos com outro bispo...<br />
Pensando bem... Ecologia integral não é coisa nova não... Já tem gente vivendo e fazendo propaganda desde o século XII no mínimo... Olha o garoto propaganda italiano... Aquele pintado por Portinari na igrejinha da lagoa da Pampulha em Belo Horizonte, um tal de Chico...<br />
Paz e bem!!!Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-23733830184404536812011-01-30T15:21:00.000-08:002011-01-30T15:21:22.487-08:00Amar é...O amor está na moda... As artes adoram usá-lo como fonte de inspiração para suas criações, poemas, musicais, filmes, poesia... Mas não está limitado a este meio "intelectualizado" o amor também está nas religiões, nas conversas de esquina, nas conversas cotidianas do iletrado ao doutor, do jovem ao velho, do rico ao pobre... Mas o que é o amor? É limitado aos seres humanos? Será fruto da capacidade intelecetual humana ou seria algo que transcende nossa capacidade e portanto "vemos em parte" até que possamos "vê-lo face a face"?<br />
O que move o homem não é a resposta mas sim a dúvida, abraçado às minhas indagações fui encontrando respostas ao longo da vida sobre este tema que intriga tanto nossa espécie.<br />
A palavra amor é muito limitada para a gama de situações que à utilizamos... Nosso amor etimologicamente vem do latim. Porém no grego o amor divide-se em três palavras distintas: eros, philus e ágape. Eros refere-se ao amor conjugal, pautado pela paixão, atração física, e este amor utiliza-se da sexualidade como forma de manifestar-se. Já o philus não tem na sexualidade seu meio de aproximação, este explica o companheirismo, a camaradagem, de certa forma é um amor pautado na troca, eu ajudo alguém na certeza que posso confiar que o outro um dia retribuirá caso haja necessidade. O ágape é além, ama por opção de amar, sem esperar que o outro retribua de qualquer forma, mesmo não sendo amado pelo outro continua-se a amar.<br />
Embora a definição grega de amor seja bem mais lógica, ela ainda não respondia algumas perguntas... Recentemente li um texto do lama Michel que explicou de forma simples e clara o que é amar, segundo ele amar é desejar ao outro de forma genuína e gratuita seu bem, sua evolução sem esperar nada em troca, portanto pode ser algo "a primeira vista" e treinado, estímulado. Já Roberto e Erasmo disseram na música pensamentos: "Quem me dera que as pessoas que se encontram, se abraçassem como velhos conhecidos,descobrissem que se amam e se unissem na verdade dos amigos e no topo do universo uma bandeira, estaria no infinito iluminada, pela força desse amor, luz verdadeira dessa paz tão desejada".<br />
Desque ouvi esta música algo me despertou e fez-me chegar a conclusão que amar é genuíno e inerente à criação, já nascemos com o amor como item de série. Basta optar por amar, o tempo é convenção humana, a única necessidade para amar é saber da existência do outro, uma vez ciente de sua existência já lhe amo e podemos nos abraçar como velhos amigos... Isso é o ágape ao meu entendimento. Porém não pode-se confundir ágape com mulher de malandro, amor não significa total aprovação aos devaneios alheios, pelo contrário, isso é doença, assim como felicidade não se pode confundir com alegria festiva amor não pode confundir com aprovação incondicional ao outro. A opção amar é sempre individual e não necessariamente necessita da aprovação do outro, desde que já se tenha atingido o ágape, enquanto tiver no eros e no philus ainda será necessário a "autorização" do outro para que o processo se complete. O ágape é a plenitude daquilo que já somos, mais um passo em nossa caminhada evolutiva.Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-25502767316029405412010-08-28T20:19:00.000-07:002010-08-28T20:47:56.305-07:00O tempo da primavera...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxfV-hkJn49MsGPOZWpNVDyxiKQ63Fox3ul5e100Vnk9Y2FqXG_p8HKB4bxtkYYNJGV5-p9AdfZ0Ir8qF-elJcEVVYnYDtCGIMiiy6hUp0UempMljosYWQ2yrjbZ2dAQAxlJegCBOE63s/s1600/Susan.bmp"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxfV-hkJn49MsGPOZWpNVDyxiKQ63Fox3ul5e100Vnk9Y2FqXG_p8HKB4bxtkYYNJGV5-p9AdfZ0Ir8qF-elJcEVVYnYDtCGIMiiy6hUp0UempMljosYWQ2yrjbZ2dAQAxlJegCBOE63s/s400/Susan.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510673527138023906" /></a><br />Já é domingo, são 19 minutos do dia 29 de agosto de 2010. Tenho pensado no tempo, meu tempo está correndo e agora tem se tornado mais intensa sua urgência, não apenas no contexto filosófico da vida, mas certa angústia me atordoa com as coisas profanas que me relaciono, entenda que o sentido da palavra profana vem da época que a vida cultural saiu dos templos e tomou lugar nos lugares comuns como teatros, praças, portanto saiu do sagrado para a vida rotineira e normal de todos nós seres presos ao tempo e espaço. É o telefone que toca enquanto faço algo que atribuo ser importante, o ônibus não irá me esperar portanto tenho que condicionar certas atividades e horários de meu dia em função dele... Sempre o tempo me controla com sua implacável tirania. Algo que me faz transcender o tempo é estar dentro de uma caverna, lá o tempo é outro, o santuário natural é formado pelo mesmo tirano que me persegue, talvez pela minha postura de agressividade o senhor tempo apenas se mostre como Cronus, porém lá dentro da profundeza da terra a face que se expõe é o Kairós. Neste começo de dia me ví inspirado a assistir ao vídeo da Sussan Boyle, em que uma senhora de 47 anos, de uma "vidinha medíocre do interior" aos olhos da cultura atual pode finalmente brilhar... Assim como a caverna que surgiu do lento resfriamento de lavas quentes do interior da terra, aquela mulher pôde em meio as suas crises formar algo sólido e belo. Talvez sua relação com o tempo tenha sido de respeito, pôde flertar com ele durante seus 47 anos de vida e como a relação de ambos foi amigável, este mostrou sua face Kairós, face amável e cuidadosa, pôde na hora certa tomar posse do que era seu (o grande talento) e mostrar ao mundo isto, o tempo a moldou... Penso que o respeito pela crise deve ser uma das premissas, e acreditar que o amigo tempo sempre mostrará sua fase fraterna Kairós, tirando flores de pedras depois de lentamente erodir o sólido e transformar em algo fértil, que permitirá a primavera acontecer...Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-89850913409391900472010-08-05T16:58:00.000-07:002010-08-05T17:07:21.462-07:00Papai, as nuvens são sagradas por serem a morada de Deus?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikqPMh4yU3AMeLRpzAvcFWpVAvAxDdTHGaNKtCS6A1u7AQjgUgDmKejyjtow7euCaEG2_n8FbHf6U8HNodb3IFN9tgC2azlS9X_lHIkgi8P6mmN02DfDy6vrVDGBBsniNcthI6ClMnFMg/s1600/09.07.2010+014.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikqPMh4yU3AMeLRpzAvcFWpVAvAxDdTHGaNKtCS6A1u7AQjgUgDmKejyjtow7euCaEG2_n8FbHf6U8HNodb3IFN9tgC2azlS9X_lHIkgi8P6mmN02DfDy6vrVDGBBsniNcthI6ClMnFMg/s400/09.07.2010+014.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5502080994497572098" /></a><br /><br />Lembro de quando perguntei ao meu pai se as nuvens eram sagradas por estarem aos pés de Deus, e dando continuidade ao questionamento perguntei também se a fumaça proveniente das queimadas ficariam sagradas ao “tornar-se nuvens”, pois tinham o mesmo aspecto e se integrariam a morada celeste de Deus... Nesta época tinha quatro anos de idade...<br />Muitas experiências carrego em meu consciente, (que dirá no inconsciente!), essa é uma delas... Não me lembro da resposta de meu pai, sei que éramos pessoas simples, vivíamos numa fazenda e quase nada conhecíamos da ciência, mas especulávamos sobre os desígnios da divindade e creio que tenha ele respondido afirmativamente às duas questões. Lembrei disso ao sobrevoar algumas nuvens e ultrapassá-las. Pude integrar-me a elas quando a aeronave em que estava a bordo entrou numa formação de nuvens e logo em seguida ultrapassou-as ficando bem acima das mesmas. Talvez tivesse vivido isso quando criança teria sido frustrante conhecer a morada de Deus e não ver nada diferente do que vemos da terra, ou talvez a certeza da transfiguração ao penetrar no solo de Deus e não acontecesse nada comigo, continuava a ser eu mesmo com minhas conquistas feitas e conquistas à realizar... Fato é, o céu azul que via da aeronave era imenso, e mostrava existir ainda muita coisa acima de mim, estaria Deus em forma de “pessoa” vivendo naquela imensidão? Certamente não... Hoje o pouco conhecimento de ciência que tenho me faz dar nomes às coisas e tirar o misticismo que colocava no intocado, talvez o mesmo misticismo que temos com aquilo que especulamos e não podemos explorar, pois na nossa realidade evolutiva jamais temos dados reconhecidos pela ciência atual como a morte, ao contrário da visita às nuvens que posso desbravá-las a bordo de uma aeronave, a morte não vende passagem para os curiosos explorarem e algum tempo depois voltar para limitação segura do tempo e espaço conhecido. O sagrado está nas nuvens? Creio que também esteja nas nuvens, mas certamente poderei experiencia-lo muito mais em mim, nas minhas faces ocultas, ou em cada desdobramento que me permito vivenciar, em cada mistério que aos poucos o desmistifico evidencia a presença forte deste sagrado chamado Deus. O mundo exterior é projeção do meu mundo interior, a dúvida que manifesto, possivelmente de forma simbólica representa a busca por encontrar e entrar em comunhão com o transcendente, este desconhecido que mora em mim. Papai sou sagrado por ser morada de Deus?Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-83606345212754894082009-10-23T14:38:00.000-07:002009-10-23T14:41:32.130-07:00Entregar-se ao desconhecido - Frase de Clarice LispectorAs vezes tendemos ao racional, lógico e exato... Nesta visão cartesiana perde-se muito daquilo que não se explica ou entende, apenas se vive... Tentando entender esquece-se de viver...<br />Leandro<br /><br />"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."<br />Clarice LispectorLeandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-58973867946894030842009-08-26T14:23:00.000-07:002009-10-23T14:06:39.807-07:00Tempo...Admiro o trabalho feito por Fábio de Melo, segue uma linha filosófica que faz refletir... O texto abaixo é a abertura de seu DVD, vem de encontro com o que penso a respeito do tempo, sozinho não é nada, mas não existo sem me relacionar com ele... Eu e o tempo, o tempo e eu... <br />Leandro<br /><br />"Eu na trilha incerta dos meus passos,<br />Mergulhado no destino imenso dos meus sonhos,<br />Vou percorrendo as estradas do mundo, <br />Deitando a toalha branca sobre os altares da humanidade, <br />E retirando do horizonte profano da vida, <br />A matéria-prima que será sacralizada, <br />Ele, o tempo, e seus movimentos de suas cirandas, <br />Vida que se reveste de cores e estações litúrgicas, <br />Que nos convida a celebrar, <br />O específico de cada motivo, <br />Tempo de preparo, de colheita, vida comum, <br />Sopro do espírito, tempo de ressuscitar, <br />Eu, sacerdote das divinas causas, <br />Ele, sacerdote das humanas razões, <br />Quando com ele não posso, faço acordo, <br />Sorrio com os motivos de suas alegrias, <br />E poetizo as tristezas, que de suas mãos se desprendem, <br />Mas quando com ele posso,<br />Ah, quando com ele posso, eu dele me esqueço,<br />E vivo!!!"<br />Fábio de MeloLeandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-72165500965199563372009-04-16T08:22:00.000-07:002009-10-23T14:07:17.036-07:00Adoecer = A Dor É Ser...Adoecer = A Dor É Ser...<br /> <br />Ao longo da vida sempre me senti atraído para o sofrimento, à dor... Não sinto atração em sofrer ou sentir dor, mas em entender aqueles que sofrem e consequentemente meu próprio sofrimento... Qual a razão de alguns sofrerem e outros não... Nessa busca, caminhei pela filosofia, religiões, psicologia procurando a resposta... Mas tudo isso só me serviu de apoio, só com o tempo começa a formar em minha mente um esboço palpável dessa busca interna e constante... Ao longo dessa caminhada de vida vou juntando histórias daqueles que cruzaram minha história e nesse mosaico vivo, vou construindo algumas respostas... <br />Percebo que o sofrimento, algumas vezes manifestado fisicamente em forma de doenças graves é fruto da contradição entre o que é correto em minha consciência e a atitude que tenho diante da vida, quando se cala a voz da consciência, que a meu ver sempre sabe o melhor caminho a seguir, mesmo que este caminho traga algum desconforto com aqueles que relaciono. Ao aconvardar-me, seja por não saber como agir em defesa de meus princípios ou outros fatores que não me atrevo a decifrá-los, a parte calada irá reclamar, e essa parte (a consciência) irá cobrar o seu espaço. Esse conflito entre o que a consciência diz ser correto e a atitude que tenho é o que me faz adoecer, disso concluo que a dor é ser, ser aquilo que não sou, ser aquilo que não quero, não ser aquilo que sou. <br />Nas diversas situações na teia de relacionamentos que envolvemos durante a vida, calamos a própria consciência em nome de alguma vantagem ou por medo de enfrentar as conseqüências de ser íntegro consigo e contrariar a expectativa que os outros têm ao “eu”, seja na relação chefe e subordinado, pais e filhos, vizinhos, conjugal. A vantagem pode ser imediata e efêmera, mas o preço é cobrado, das mais diversas formas e até que seja feito o resgate (pagamento, alinhamento entre consciência e ação) e a saúde psicológica e/ou física se equilibra novamente, terminando com o sofrimento. Nada disso é novo, de certa forma é a base filosófica descrita por Bach criador dos florais no início do século XX e definido pela psicologia moderna como psicossomática, ou seja, a somatização do que é psicológico/mental.<br />Mas e aqueles que fazem as piores barbáries e não tem sofrimento? É sinal que ainda não deram passagem a voz da consciência. Essa dorme e não consegue chegar ao consciente, reclamando seu espaço. Então o sofrimento é sinal de evolução, parte de quem sou reclama seu direito para parte que nego ser. Esse desconforto me fará, mesmo que a duras penas alguém melhor, mais íntegro, mais alinhado a minha consciência, ao meu eu superior.<br />Leandro PereiraLeandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-404891501258454122009-03-26T08:00:00.000-07:002009-03-26T08:01:32.480-07:00Tocando em frenteTocando em Frente<br /><br />Almir Sater e Renato Teixeira<br /><br />Ando devagar porque já tive pressa<br />Levo esse sorriso porque já chorei demais<br />Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe<br />Só levo a certeza de que muito pouco eu sei<br />Eu nada sei<br /><br />Conhecer as manhas e as manhãs,<br />O sabor das massas e das maçãs,<br />É preciso amor pra poder pulsar,<br />É preciso paz pra poder sorrir,<br />É preciso a chuva para florir<br /><br />Penso que cumprir a vida seja simplesmente<br />Compreender a marcha e ir tocando em frente<br />Como um velho boiadeiro levando a boiada<br />Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou<br />Estrada eu sou<br /><br />Conhecer as manhas e as manhãs,<br />O sabor das massas e das maçãs,<br />É preciso amor pra poder pulsar,<br />É preciso paz pra poder sorrir,<br />É preciso a chuva para florir<br /><br />Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,<br />Um dia a gente chega, no outro vai embora<br />Cada um de nós compõe a sua história<br />Cada ser em si carrega o dom de ser capaz<br />E ser feliz<br /><br />Conhecer as manhas e as manhãs<br />O sabor das massas e das maçãs<br />É preciso amor pra poder pulsar,<br />É preciso paz pra poder sorrir,<br />É preciso a chuva para florir<br /><br />Ando devagar porque já tive pressa<br />E levo esse sorriso porque já chorei demais<br />Cada um de nós compõe a sua história,<br />Cada ser em si carrega o dom de ser capaz<br />E ser felizLeandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-18307488475565416082009-03-19T08:18:00.001-07:002009-10-23T14:14:14.659-07:00Fernando PessoaO poema abaixo de Fernando Pessoa, me faz refletir nas muitas máscaras que temos para viver e se relacionar no mundo, os muitos personagens que fazem parte de nosso elenco, muitos deles, ou muitas destas máscaras são tão coladas que não se sabe o que é do meio e quem somos nós... E quando se tenta nos resgantarmos em nossa essência, nos vemos envelhecidos...<br />Leandro<br /><br /><br />"Fiz de mim o que não soube, <br />E o que podia fazer de mim não o fiz. <br />0 dominó que vesti era errado. <br />Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. <br />Quando quis tirar a máscara, <br />Estava pegada à cara. <br />Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido."<br />Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-90071413140682956592009-03-12T06:17:00.000-07:002009-03-12T06:18:46.365-07:00Arriscar é viverArriscar é viver<br /><br />Rir é arriscar-se a parecer louco.<br />Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.<br />Estender a mão é arriscar-se a se envolver.<br />Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor o seu eu verdadeiro.<br />Amar é arriscar-se a não ser amado.<br />Expor suas idéias e sonhos em público é arriscar-se a perder.<br />Viver é arriscar-se a morrer.<br />Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.<br />Tentar é arriscar-se a falhar.<br /><br />Mas é preciso correr riscos.<br />Porque o maior azar da vida é não arriscar nada…<br />Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.<br />Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.<br />Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver…<br />Acorrentadas às suas atitudes, são escravas, abrem mão da sua liberdade.<br />Só a pessoa que arrisca é livre…<br />Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.<br />Não se arriscar é perder a vida…<br /><br />Kierkegaard (1813-1855)Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7626892120066120440.post-65967555027352292282009-03-05T13:37:00.001-08:002009-03-05T13:38:19.380-08:00A natureza do sofrimentoA natureza do sofrimento<br />O sofrimento aumenta a nossa força interior. - SS Dalai Lama<br /><br />Sete dias após ter atingido a Iluminação, Buddha fez o seu primeiro sermão onde transmitiu os ensinamentos fundamentais do Budismo: as Quatro Nobres Verdades. São elas:<br /><br />1. O sofrimento existe.<br />2. O sofrimento tem as suas causas.<br />3. É possível eliminar estas causas.<br />4. Existe um caminho para as eliminar.<br /><br />Elas são semelhantes a uma receita médica: diagnosticam a doença, a causa dessa doença, o remédio para a curar e a prescrição de como o tomar. Para crescermos espiritualmente, iremos praticar estas Quatro Verdades como um método que nos ajudará a superar a limitada ideia que temos sobre nós mesmos e a abrirmos o nosso coração para comunicarmos verdadeiramente com o outro.<br /><br />A primeira nobre verdade: “O sofrimento existe”<br /><br />A primeira nobre verdade refere-se à existência do sofrimento. A realidade do sofrimento é denominada pela palavra dukkha, em Pali (antigo sânscrito) que, além de sofrimento, também significa imperfeição, impermanência, vazio, insubstancialidade.<br /><br />Este é o ponto inicial da estrutura lógica do Budismo: a constatação da existência do sofrimento e de que todos os seres estão sujeitos a ele. No entanto, o Budismo não é uma filosofia derrotista, nem pessimista. Ele ensina-nos que podemos despertar a nossa sabedoria intuitiva para não sofrer com o sofrimento.<br /><br />A nossa tendência, em geral, é negar a marca de sofrimento humano. Sentimo-nos “traídos” pelo destino quando temos que lidar com as separações, com a doença, com a morte ou mesmo com o envelhecimento. Encaramos estes processos com indignação, isto é, como se não fosse justo nem correcto sofrer! No entanto, se não houvesse sofrimento, não seria preciso buscar a sabedoria. Ela não seria necessária, e, portanto, raramente seria atingida.<br /><br />É a consciência do sofrimento que gera a energia da sabedoria, não o sofrimento em si mesmo. Sofrer sem sabedoria é acumular mais confusão e dor. A dor, em si, não purifica nada. Por isso, se diz: “Isso com o tempo passa.”, o que não é verdadeiro para quem sofre de uma dor não compreendida. Para nos libertarmos do sofrimento temos, também, que despertar o desejo profundo de nos desapegarmos dele.<br /><br />Podemos abraçar o sofrimento com a intenção de o transformar em autoconhecimento e sabedoria. Como escreve Pema Chödrön no seu livro "Os lugares que nos assustam": “Aceitar que a dor é inerente à vida e viver as nossas vidas a partir dessa compreensão é criar as causas e condições para a felicidade."<br /><br />Segundo o Budismo, existem três tipos de sofrimento:<br /><br />1. Sofrimento ordinário (ou sofrimento do sofrimento)<br /><br />Existem duas formas de sofrimento ordinário: o sofrimento intrínseco à vida consciente e o sofrimento causado pelas tentativas de o evitar e fugir dele. O sofrimento intrínseco à vida consciente é expresso na tristeza: uma sensação de vazio decorrente da falta de um sentido para a vida.<br /><br />O sofrimento ordinário é próprio da vida humana: todas as formas de sofrimento físico e mental relacionadas ao nascimento, ao envelhecimento, à doença e à morte, assim como estar ligado ao que se detesta, estar separado do que se ama e não realizar o que se deseja. Por isso, este tipo de sofrimento também pode ser chamado de sofrimento do sofrimento: quando algo que nos causa dor surge como causa para desencadear mais dor.<br /><br />Quando uma coisa má acontece logo após outra, e as situações vão "de mal a pior", podemos achar que estes são momentos de azar, mas, na realidade, eles expressam algo bem mais fundamental: a nossa própria impotência frente à realidade imediata. E quando estamos impotentes, não temos saída senão aceitar as coisas como se dão. Essa é a grande sabedoria que as situações de sofrimento contínuo têm para nos ensinar.<br /><br />2. Sofrimento produzido por mudança<br /><br />O sofrimento produzido por mudança é expresso na busca de prazeres e de estados de alegria transitórios, que levam a mais sofrimento pela sua natureza provisória e inconsistente.<br /><br />Esse tipo de sofrimento também ocorre quando nos recusamos a admitir a natureza impermanente da vida. Apesar de intelectualmente sabermos que tudo muda constantemente e de modo imprevisível, emocionalmente lutamos para aceitar esta verdade. Ao fazermos isso, sentimo-nos inseguros, nada nos parece confiável e tudo se torna insatisfatório para nós.<br /><br />A realidade externa é, por natureza, incerta, portanto, não podemos ter garantias em relação a ela. A pessoa insegura é justamente aquela que busca controlar a realidade externa. A pessoa segura é aquela que aceita a sua insegurança.<br /><br />Ao conviver com mestres budistas, passei a notar uma forte característica comum a todos eles: eles vivem a vida, ao invés de a tentar controlar.<br /><br />3. Sofrimento que a tudo permeia<br /><br />O sofrimento que a tudo permeia é constante, porém subtil.<br /><br />Na maior parte do tempo, lutamos contra a realidade da existência do sofrimento. Buscamos desesperadamente “dicas” para driblá-lo, na esperança de que seja possível evitá-lo. Mas a Primeira Nobre Verdade ensina-nos que nada disso adianta: enquanto houver ignorância, haverá sofrimento.<br /><br />É preciso encarar o sofrimento para o eliminar. Encarar aqui não significa desafiar, e sim, simplesmente pôr-se diante dele para conhecer a sua natureza, sem o julgar como justo ou injusto.<br /><br />O que intensifica a dor de um sofrimento é o sentimento de indignação frente a ele, ou seja, é a nossa exasperação diante do sofrimento que faz com que ele aumente e tome conta de todo o nosso ser.<br /><br />Tudo isso quer nos dizer: pare de lutar contra a realidade. Não resista ao que está, objectivamente, ocorrendo.<br /><br />É como a enxaqueca, por exemplo: precisamos de nos isolar, tomar um remédio e, confiantemente, esperar que ela passe. Cada vez que pensamos: “Aiii! Esta maldita dor não passa!” e ficamos impacientes, a cabeça lateja fortemente e a dor imediatamente aumenta. É quase como um alarme, um aviso de que esse não é o modo de proceder, de que é justamente isso que intensifica a dor.<br /><br />Ao contrário, quando podemos nos apropriar do nosso sofrimento, seja ele físico ou emocional, e dizer para nós mesmos: “OK, está a ocorrer isto comigo. Estou a sofrer, mas estou aqui para fazercompanhia a mim mesmo. Não vou abandonar-me diante desta dor.”, iremos nos sentir mais leves e livres para o transformar.<br /><br />Uma vez que aprendemos a nos responsabilizar pela maneira como lidamos com o sofrimento, passamos a entender que não precisamos de nos tornar vítimas dele.<br /><br />Tornamo-nos vítimas do sofrimento quando não o aceitamos e lidamos com ele como se ele estivesse fora de nós, projectando, assim, a causa de nossa dor nos outros. Acolher o nosso sofrimento é o único modo de sair do ressentimento e das projecções. Quando fazemos isso, sentimo-nos mais tranquilos e seguros, pois, como diz Lama Gangchen ao final da prática de meditação Auto Cura Tântrica: “Não existem mais inimigos”. É preciso ter empatia por nosso sofrimento: ter compaixão por ele, isto é, despertar um interesse genuíno por o conhecer e querer transformá-lo.<br /><br />Tara Bennett-Goleman, psicoterapeuta americana, alia a psicologia budista à psicologia cognitiva. Neste método, o paciente aprende a identificar os seus esquemas - padrões emocionais inadaptados - e a transformá-los por meio da meditação budista de plena consciência. Ela escreve no seu livro Alquimia Emocional: “Não apenas como terapeuta, mas também no meu trabalho interno pessoal, aprendi que é importante compreender como cada pessoa vivencia e interpreta uma situação, e sentir empatia pela realidade simbólica dessa pessoa. Quando a parte da pessoa que se identifica com a realidade do esquema sente que está a receber empatia, ela pode começar a abrir-se a outras perspectivas, o que inclui começar a perceber como a lente do esquema distorce as suas percepções e reacções."<br /><br />Se não formos empáticos com o nosso sofrimento, poderemos buscar esta empatia no reconhecimento alheio. Ou seja, muitas vezes, sem nos darmos conta, alimentamos o sofrimento por meio de lamentações que nada mais são do que tentativas de sermos reconhecidos, pelos outros, por aquilo que estamos a passar. Mas, de facto, este reconhecimento pouco nos ajuda. Será ao sentir compaixão por nós mesmos, que conseguiremos parar de nos lamentar e decidir, de facto, fazer algo para sair do sofrimento.<br /><br /><br />Fonte: Texto extraído do “O livro das Emoções - Reflexões inspiradas na Psicologia do Budismo Tibetano” de Bel César, Ed. Gaia.</p>Leandro Pereirahttp://www.blogger.com/profile/07377585689991186553noreply@blogger.com0