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By Ferramentas Blog

domingo, 27 de março de 2011

Falta X Excesso

Viver com restrição é ruim, porém viver com excesso faz o mesmo mal e muitas vezes é mais difícil de identificar suas conseqüências negativas. A falta das coisas é fácil de ser identificada, falta de tempo, falta de alimentação, falta de cultura, falta de tolerância. Porém muitas vezes percebo que a gente vive com bem mais que necessita e gasta uma quantidade de energia valiosa na administração de tudo que carrega sem perceber esse peso todo atrelado a si.
Vamos a um exemplo que vivi. Curto fotografia, música, livros e filmes. Assim que comprei a máquina fotográfica digital comecei a fotografar tudo que achava digno de ser fotografado, além de baixar tudo quanto é música, livros em pdf e copiar uma grande quantidade de filmes em DVD. Detalhe... O hobby era baixar, mas pouco consumia disso tudo... E vivia tentando me organizar para guardar e usar tudo isso. Final da história, fiquei com uma quantidade incrível de dados espalhados sem saber por onde começar afim de buscar algo. O que deveria ter facilitado a minha vida e trazido prazer, acabou virando fonte de ansiedade pois nunca conseguia consumir tudo aquilo e em administrar esse problema. Hoje estou calmamente organizando os arquivos, desfazendo de outros e não mais montando uma biblioteca imensa e inútil.
Ao longo da vida tive a oportunidade de conhecer e observar determinadas pessoas e situações que me mostraram como esta questão (o ter além do necessário) é mais perigosa do que parece. Vamos a exemplos... Tornar-se depósito de lembranças ruins, essas pessoas parecem viver num eterno luto e acham que os que estão em voltam devem também comungar dessa frequência, suas vidas estão paradas nas perdas sentidas ao longo da existência, portanto a carga emocional que carregam é gigantesca, carga desnecessária que não agrega nada além de dor e sofrimento. Outros embora sejam pessoas arrojadas, tornam sua vida numa grande teoria e perde o senso de eu e o senso de realidade. Tanto um quanto outro exemplo mostram pessoas fascinadas pela ilusão, algumas vezes até mesmo alienadas.
Estar sempre no comando de si, absorver apenas o necessário, não permitir-se influenciar-se pela freqüência do outro quando o outro vibra em outros padrões, padrões estes que não temos em nossas diretrizes. Buscar a teoria que se aplique em si e não formatar-se para entrar em uma teoria. Acredito que tudo isso pode nos ajudar a viver de forma integral, mais leve e em paz com nossas 3 ecologias, a ecologia do ser pessoal, ou seja, da mente, a ecologia social, aquela que se estabelece com minha comunidade, ou seja, com aqueles que são comuns a mim, e finalmente refletir na ecologia ambiental, degradando menos, consumindo menos e permitindo que a vida siga seu fluxo normal. Mente sã, corpo saudável, sociedade sã, ambiente saudável.
“Penso que seguir a vida seja simplesmente conhecer a marcha e ir tocando em frente, hoje eu sei que nada sei”.